quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bomba-relógio...

A noite foi angustiante... As informações que chegaram ontem ao final do dia desesperantes... Realmente, temos mesmo de viver um bocadinho de cada vez e cada momento com intensidade. Quando parece que tudo caminha positivamente, vem alguém que faz questão de nos descer à terra. Carpe momentum... Não sei latim mas adaptei livremente.
Tudo o que a Rita tem conquistado nestes dias vai perder. A médica ontem transmitiu-nos que a Rita é uma bomba-relógio. A qualquer momento, a artéria pode rebentar de novo. Ela está longe de estar fora de perigo. Bem pelo contrário. A cirurgia a que será sujeita é inevitável: se não operarem rebenta de novo; se operarem é de altíssimo risco porque infelizmente a artéria em causa está situada mesmo por cima da secção do cérebro que coordena a parte motora.
Ontem já não escrevi para não vos estragar a noite.
Precisava de ver o mar... Foi o que fiz. Escrevo da Praia da Vieira, onde já passámos momentos muito bonitos. Escrevo enquanto ouço o mar. Normalmente bravo, hoje está calmo... Sei que é um lugar comum, o mar. Mas, desde sempre, o mar foi para mim uma fonte de calma e força. Brincava dizendo que sou filho do mar. Vim recarregar energias... Adoro este cheiro...
Valha-nos que a Rita não sabe nada disto. Inocentemente, lá está a tentar recuperar na cama, toda contente porque já consegue ter alguma mobilidade. E passou bem a noite...
Vou continuar por aqui, sentar-me na areia, e a ver e ouvir as ondas...

3 comentários:

  1. Um beijo do tamanho do mar para ti, Artur.
    Outro, de igual tamanho, para a Rita.

    Meus, do Sérgio e dos miúdos, que também têm sofrido pela Rita.

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  2. Ola Rita eu sou a Carla Bandos lembraste de mim não lembras? Olha como vivemos em Lisboa e até perto do santa Maria achamos eu e o Zé que se tu quisesses podiamos passar por ai para te dar-mos um beijinho. O que é que achas da ideia?
    Vá lá linda estamos contigo. Beijinhos pa ti! Olha que quando saires dai eu quero o creme para o cabelo! Vou esperar por ti. Diz se te apetece que eu e o Zé ai vamos e se precisas de alguma coisa.Carla Bandos

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  3. Artur, força, amigo! Não te podes deixar abater. Os médicos só deram essas notícias para prepararem para o pior, mas não significa que seja isso que vai acontecer. Vais ver que não vai acontecer nada! Antes da ser operada, o médico escondeu-me durante um ano o que tinha, disse-me que era outra coisa menos grave. Nas últimas semanas, antes da operação andei a chorar pelos cantos porque achava que ia ficar com o olho torto, quando o que realmente me poderia acontecer era ficar sem andar, sem mexer, etc. Quando acordei da anestesia nem queria abrir os olhos com receio que tivesse paralisia da retina outra vez e acordei como se nada tivesse acontecido. Acredito que o problema que a Rita está a ter é bastante semelhante ao que tenho, as cirurgias (por o que descreves) são diferentes, porque o local onde a minha artéria está lesada é inacessível, abrindo a cabeça... Já tenho a artéria seriamente danificada há quase 4 anos, o organismo tem aguentado. E como o nosso organismo é surpreendente! Acredita que o da Rita vai surpreender-te pela positiva e daqui a uns tempos quando nos encontrarmos nem vão mais lembrar que tudo isto aconteceu! acredita!

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