domingo, 18 de julho de 2010

Desculpas...

Ele era o preço. Ele eram as férias. Ele era porque era fim de semana. Ou só porque não apeteceu. Muitos disseram que iam mas depois não apareceram.
Acima de tudo, estou desiludido e um pouco triste. A peça merecia. Os actores mereciam. Os técnicos que trabalharam todo o dia mereciam. O Grupo de Teatro Palha de Abrantes merecia. Mais gente. Mais público.
Acima de tudo, a Rita merecia. Quando realmente se fazem as coisas com bom coração, arranja-se maneira de se conseguir desatar o nó.
Obrigado às 45 pessoas que se deram ao trabalho de sair de casa e ir ao S. Pedro ver os "Dois irmãos" ontem à noite. Foi pena não termos realmente enchido o teatro. Esteve quase. Só faltaram 400 pessoas... Obrigado também aos que, mesmo não podendo ir, quiseram comprar bilhete para ajudar. Gostava mesmo era que tivessem ido ver a peça porque seria a nossa retribuição pelo vosso contributo.
Como já disse, sinto-me triste. Já no espectáculo do dia 3, com os meninos do Espaço Idança, aconteceu o mesmo. Pouco público. Bons! Mas muito aquém do desejado e necessitado. Eles também mereciam ter mais gente.
Começo a dar razão a quem diz que os abrantinos não ligam à cultura. Tenho pena. Não sabem a falta que lhes faz... Nem que seja para aliviar o stress!
Acima de tudo, a Rita merecia mais solidariedade...
Desculpem o desabafo e a frustração... Mas estes dois espectáculos eram mesmo só o que tínhamos para agradecer a vossa generosidade e apoio...

11 comentários:

  1. Rita,hoje "salvaste-me a vida". Foi so um desmaio de casa de banho, por culpa do calor e "daquela fase do mês", mas foi graças a tua ideia de bater nas loiças do wc que me encontraram estendida no chão!

    Muito, muito obrigado...

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  2. Ora estas coisas não são para agradecer. Quando se partilha uma história como a minha a intenção também é alertar os outros, porque a verdade é que realmente não acontece só aos outros não senhor. E no dia em que nos bate à porta é bom que tenhamos pequenas estratégias. Mas ainda bem que tudo acabou em bem, e foi só um desmaio. A ideia inicial da casa de banho até era gritar para os respiradores que são comuns a todos os andares, mas quando falha a voz as loiças também fazem o seu barulho. Um beijinho muito grande, e melhoras

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  3. Em relação ao espectáculo Artur: era digno de mais gente, as pessoas deviam sair mais de casa para ver espectáculos, quer queiram quer não faz-nos sempre sentir... e sentir é sempre bom, mexe-nos na alma, e sim partilho todos os sentimentos, especialmente o de, depois destes anos de trabalho é assim que me é retribuido? Especialmente magoa saber que não mais que aqueles se preocupam com o meu bem-estar e o meu trabalho.
    Obrigada aos que estiveram presentes.

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  4. Meus queridos amigos, estou triste...
    Desta vez não consegui mesmo ir, mas sempre imaginei que haveriam de ter sala cheia. Como disse o Artur, todos (principalmente a Rita) mereciam q isso acontecesse.
    Só espero que o desânimo não vos passe à frente, por mais que tente.
    Um grande, grande beijinho para todos.

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  5. Antes de mais peço desculpa por estar a colocar o comentário neste post...mas não percebo nada de blogs e por isso penso que aqui é onde há maior probabilidade de a Rita e o Artur o lerem...
    Vejo que a hipótese de Cuba já é posta em questão (e espero ter contribuído para isso com o meu comentário no dia em que a Rita foi ao Vida Nova). Não vou mandar e-mail para o e-mail que criaram para o efeito, porque não me quero identificar, mas volto a lembrar a Clínica Adc-Medicina Física e de Reabilitação em Vila Nova de Famalicão onde acredito que se reúnem as condições necessárias para a rápida recuperação da Rita (digo isso porque conheço bem os profissionais que lá trabalham e estou dentro da área da Fisioterapia).
    Mais uma vez Força Rita!

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  6. "...depois destes anos de trabalho é assim que me é retribuido?"
    Esta frase fica muito mal aqui, ainda mais vinda da pessoa a quem a solidariedade é dedicada.
    Se calhar é o meu entendimento de solidariedade que é errado, mas não vejo que as pessoas participem só pelo trabalho que a Rita dá... Por esse ela cobra...
    Tenho seguido este blog atentamente, e dado o meu contributo sempre que posso e agora fiquei triste, muito triste!
    Passa a ideia de que os abrantinos são obrigados a contribuir e que lhe devem alguma coisa.
    A Rita é apenas uma habitante, não natural, de Abrantes e que por acaso tem uma escola de dança.

    Cumprimentos e espero que consiga a total recuperação.

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  7. É o problema das coisas escritas... Eu sei o que a Rita quis dizer com essa frase. Ela é que não se soube explicar porque se habituou a usar o corpo para se exprimir e não as palavras. Mas não foi seguramente com a intenção que o caro anónimo lhe atribui. Ninguém tem obrigação de nada. Mas, como diz o povo, a carapuça só serve a quem a enfiar. Aliás, ontem escrevi sobre isso aqui no blog. Sobre a questão do mérito. E sim, os abrantinos devem-lhe algumas coisas. Como devem a muitas outras pessoas com igual mérito noutras áreas. Se bem que as pessoas não pensam nisso porque há coisas que aparecem feitas por obra e graça do espírito santo :)... Mas não são obrigados a nada. E não se trata de cobrar nada. Trata-se trocar solidariedade por solidariedade. Mas uma coisa também é certa: pelos vistos nesta cidade, a solidariedade para alguns só existe quando isso dá visibilidade social. E isso é que o devia entristecer, caro anónimo. Se quiser podemos falar sobre isso.
    De qualquer forma, entendo o seu comentário porque quem estiver por fora de certas coisas pode entender mal o que a Rita escreveu. Quero agradecer o seu contributo que tenho a certeza foi feito com espírito solidário e bom coração. Os mesmos que continuam, acredite ou não, a presidir a esta campanha. E obrigado também pelos seus votos!
    Mas já agora, e sem falar em números, gostava de saber quantas pessoas conseguiriam viver com o ordenado mensal da Rita... :)

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  8. Caro Artur,
    Apenas algumas considerações soltas.

    Não quis ser ofensivo, apenas fiquei triste.

    Todas as pessoas que trabalham/vivem em Abrantes contribuem de alguma forma para a cidade e ela deve alguma coisa a todos nós.
    Concordo consigo quando fala da visibilidade social. Se conseguir que a televisão venha a Abrantes fazer a cobertura do evento, terá casa cheia dessas pessoas que batem com a mão no peito mas o que querem é reconhecimento e projecção politica ou não.

    Quanto ao ordenado da Rita, não vou comentar pois ela pode ganhar pouco mas faz o que gosta. Isso vale ouro.
    Há pessoas em Abrantes a ganhar menos que a Rita e com empregos bem piores.

    Mas deixemos isso para o lado. O que é necessário agora é levantar a cabeça e não desistir. Essas contrariedades devem servir para vos dar alento e não para vos derrubar.

    Cumprimentos e até sempre

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  9. Acredite que não fiquei chateado e lamento que as palavras da Rita não tenham sido as melhores. Mas a frustração, às vezes, dá azo a estes desabafos :).
    Abraço e tudo de bom para si. E como disse em tempos o Jana "O que não nos mata, só nos fortalece". Por isso concordo consigo. Obrigado!

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  10. Não nasci propriamente com o dom da palavra, e sei quando me devo calar, mas não o faço. Se às vezes não descrevo bem a minha dor é porque não existem palavras que a descrevam e saiem-me estas revoltas parvas. Não pretendo, no entanto, ofender ninguém. Apenas entendo este espaço como espaço de desabafo, e as coisas quando são ditas também são ditas dentro de um contexto que quem não me conhece pessoalmente pode não entender.
    Acima de tudo a revolta é para com este senhor AVC que me deu uma daquelas bofetadas da vida que nos viram do avesso.

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  11. Olá. Tenho seguido o blog e espero sinceramente a recuperação total da Rita. Mas nos últimos tempos também eu tenho ficado bastante desiludida com o que tenho lido aqui... É claro que a Rita precisa de ajuda e espero que consiga mas não é a insultar os Abrantinos que vão longe! Sim, como Abrantina senti-me ofendida porque se não fui ao espectáculo foi porque não pude assim como muitas outras pessoas! Não estamos em época de grandes folias. Acho que ela merece, mas não vamos criticar quem não aparece. Não é esse o espírito da solidadriedade! A Rita é uma professora de dança, que tem o seu negócio e que tira daí os seus rendimentos. Recebe pelo que faz e faz aquilo que gosta... não são muitos os que podem dizer o mesmo! Não acho de bom tom falar dos rendimentos mensais da Rita.Quem tem o seu negócio tem esse riscos!
    Acho que estes comentários têm ido longe demais e era bom ouvir e aceitar certas críticas.
    Mas espero sinceramente que consigam alcançar o montante desejado e que a recuperação seja rápida para que as suas aulas começem o quanto antes!
    Boa sorte e tudo de bom!

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