sábado, 24 de abril de 2010

Final de dia da Rita. E Cuba.

O final de dia da Rita foi bom. Queixa-se essencialmente de dores junto à orelha direita, o que é normal uma vez que se trata, como todos nós sabemos, de uma zona sensível. A noite já não promete ser tão calma. Parece que a companheira de quarto da Rita é uma "tia de Cascais", daquelas senhorecas feitas à pressa, que acha que a comida do hospital não presta. Recusa-se a comê-la e só falta chamar o serviço de quartos para encomendar lagosta e caviar. Dondocas!... Nem com ameaça de entubação, caso não coma, lá vai. E depois vá de infernizar a vida aos outros toda a noite. Apesar de achar que a Rita deveria ficar no hospital o maior tempo possível para evitar quaisquer recaídas sem controlo, não vejo a hora para que volte para casa e possa dormir uma noite em paz... A ajudar à festa, surgiu na enfermaria uma daquelas enfermeiras que eu pensava que já não existiam: voz de bagaço, corpo tipo tanque de combate, mau feitio e carrancuda. Como em todo o lado, é a excepção que confirma a regra, no meio de uma data de raparigas e rapazes bem parecidos e novinhos, simpáticos e com vontade de trabalhar.
E, agora, deixem-me só esclarecer a questão de Cuba de que falei hoje.
Não ponho em causa a competência dos profissionais portugueses. Sei que existem bons por aí e conheço vários de quem sou amigo. Nada disso está em causa.
A questão que, naturalmente, me preocupa é a recuperação da Rita, rapidamente e, preferencialmente, quase a 100%. E sonhar nunca fez mal a ninguém. Sei que provavel e infelizmente, não terei dinheiro para levar a Rita a Cuba. Porquê Cuba? Porque reconhecidamente em todo o mundo, em Cuba fazem-se tratamentos "milagrosos". Tratamentos que noutros lugares não se fazem. Não com aquela forma de trabalhar. Um mês em Cuba era só o que eu pedia. E, acreditem, não era para fazer turismo. Se fosse para isso, ia de lua de mel...
Como referi na reunião com os pais do Espaço Idança, não serei eu a matar o sonho da Rita. Não se o puder evitar. E o sonho da Rita, acima de tudo, sempre foi dançar. E eu quero voltar a ver a Rita a dançar, da forma como ela dança como ninguém que eu conheço (e conheço muitos) faz. Essa mesma dança que sempre a manteve viva e a fez aguentar anos de dores nas costas. Essa dança, essa linguagem de que já aqui falei, que ela passa aos seus alunos. Essa dança que a faz feliz e a faz sentir-se viva.
Se eu puder, a Rita vai continuar a respirar e a viver...

3 comentários:

  1. Olá meninos

    quanto à ideia de Cuba, poderá não ser só um sonho..
    Pensa comigo amigo.Se fazemos pelos outros porque não por um dos nossos elementos? Hã?
    "A união faz a força" amigo. Porque não um espectáculo de dança e de teatro, em que as receitas revertessem para esse fim?
    Acho que poderia resultar, não sei..
    Pensa nisso e conta comigo para tudo o que precisares se achares boa ideia claro :)
    Acho que iríamos conseguir com a ajuda de actores, alunos da Rita, pais e da comunidade abrantina, afinal sempre que é preciso estamos lá para apoiar e ajudar quem precisa, e neste momento existe um de nós que precisa...

    Beijinhos para os dois e força nas canetas Rita já estás há muito no descanso não pode ser, não pode preguiçar assim ;)

    ResponderEliminar
  2. Rita e Artur, eu penso muito boa a ideia de irem a Cuba, porque não falar com a Fátima Lopes, apresentadora na Sic, ela sabe bem como isso se processa, Artur tenta falar com ela. Se precisarem de mim para ajudar nalgum espectáculo que queiram fazer para juntarem dinheiro estamos ai para o que der e vier. Faço tudo o que me for possivel. Força, muita coragem e ela vai sair dessa muito rapidamente. Beijinhos, Nita

    ResponderEliminar
  3. Boas amigos!
    Tenho seguido a evolução do estado da Rita através do Blog, e confesso que fiquei emocionado ao ler alguns posts.
    Fico feliz por saber que está tudo a correr bem, e com certeza que vai continuar assim.
    Se puder ajudar nesse projecto de irem a Cuba disponham...
    É incontornável que os Cubanos têm o sistema montado como só num pais comunista é possível, e a maior diferença, que é fazer tantas horas de tratamento por dia com profissionais de várias áreas em simultâneo, ainda não é possivel por cá. Além disso utilizam medicamentos que já foram proibidos ou descontinuados na Europa e que por vezes fazem muita diferença.
    Em Portugal, apesar de termos muito bons profissionais, não é facil reunir várias técnicas no mesmo tratamento porque cada pessoa trabalha num sitio diferente.
    Mas é importante saber que os mais reconhecidos investigadores, e quem mais desenvolveu as áreas da recuperação fisica, (e neste caso em particular, a recuperação de AVC`s: Siege Brunnstrom) foram maioritariamente Europeus ou Norte Americanos.
    Isto tudo para dizer que se não vos for possível irem a Cuba e precisarem de ajuda cá, talvez dê pra conciliar com alguns terapeutas, e ao estilo dos Cubanos, complementar umas áreas com outras para acelerar a recuperação.
    Eu estou disponível.
    Um Abraço, e continuação de boa recuperação para a Rita, e bom trabalho para ti Artur.

    ResponderEliminar