domingo, 25 de abril de 2010

Miminhos e mais miminhos...

Estou contente. Estive toda a tarde com a Rita. Já escurecia quando saí de Santa Maria. Estive com a Rita até "correrem" comigo. Devia ter saído às 20h mas ela não deixou. Eram quase 9 da noite quando saí. Peço desculpa ao hospital... Ela hoje estava com os miminhos todos. Há dois dias que não estava com ela e ali ficámos até a enfermeira me ter dito que tinha de sair. Saí pela porta do cavalo porque a porta onde deveria ter saído estava fechada. Foi bom. Senti que ela estava feliz. Não me largava a mão e sorria. Conheci a vizinha dela. Está chata como tudo mas eu até a entendo.
Ao longo da tarde, fomos conversando sobre várias coisas. Entendi melhor porque é que a Rita teima em fingir, por vezes, que está tudo bem. Porque insiste que dançará no espectáculo a 29 de Maio. Porque insiste que brevemente vai voltar às aulas e aos seus meninos. Manifestou-o numa simples frase ao longo da nossa conversa, quando, com lágrimas nos olhos, me disse: "Eu só quero poder fazer as coisas normalmente. Descascar uma laranja sozinha...".
Senti algum desespero na sua voz... Mas ao mesmo tempo, uma força enorme, uma vontade gigantesca de dar a volta a isto. Uma força que a Rita sempre teve e que a manteve viva há 3 semanas atrás. Essa força que a vai fazer sair disto o mais rapidamente possível.
Mas o dia não passou sem um enorme susto. A Rita de repente queixou-se que estava a sentir uma dor na zona da orelha direita, junto à têmpora. Quando olhámos, era como se ela tivesse qualquer coisa do lado de dentro a sugar a pele e ficou com uma cova grande o suficiente para que nos assustar. Conseguíamos ver o coração a palpitar junto à orelha. Imediatamente chamámos um enfermeiro, que imediatamente entrou em contacto com a Dra. Maria Manuela Santos. Pouco depois ela apareceu e disse-nos para não nos preocuparmos que era uma reacção normal do corpo, que se está a regenerar naquele sítio.
Sabem uma coisa? Ainda bem que aconteceu. A Rita está ansiosa para sair do hospital. Como eu a entendo... Sou o primeiro a querer vê-la fora dali. Por todas as razões e também para que possa finalmente descansar e começar a recuperar disto. Mas quero que saia quando estiver em condições para tal. A Rita percebeu que não vale a pena pressionar a sua saída. E precipitá-la. Percebeu que se aqui ficar mais uma semana, por exemplo, está a evitar, caso possa acontecer alguma recaída, mais 3 semanas ou mais internada no hospital. "Já pensaste que, se estivesses em casa e uma coisa destas acontecesse, nós não saberíamos como reagir? Vamos para o hopital? Não vamos?". Anuiu com a cabeça. Entendeu o que eu lhe quis dizer. E percebeu que ficar mais alguns dias, por mais que lhe custe, será mais benéfico do que negativo.
Só mais uma coisa: falei-lhe da possibilidade (ainda que remota) de Cuba. Os olhos dela brilharam...
Vou dormir. Amanhã às 8 da manhã vou tentar falar com o Dr. Domingos Coiteiro.
Ah! Vocês não imaginam o que ela comeu ao longo da tarde por causa dos miminhos no rabo :)...

2 comentários:

  1. Por mais que a nossa Rita queira voltar para casa (e todos nós a esperamos com mt ansiedade), há mesmo que ponderar. Aí, apesar das dondocas, dos marcianos e do carro de combate, ela será assistida rapidamente, caso precise. Ou simplesmente esclarecida, como ontem.
    Muitos beijos para os dois, muuuuuiiitos mais para a Rita, claro!
    Força, minha amiga. Como tens tido até aqui.

    ResponderEliminar
  2. Ola, meninos!
    Esperamos muito ansiosos pela nossa Rita, no entanto é prioritário o bem -estar dela. Assim, se for melhor ficar mais uns dias no hospital, terá de ser...De qualquer forma é positivo ela ter projectos, assim pensa em algo mais que na doença e tem a cabeça ocupada com assuntos que a fazem feliz!!!

    Um beijinho grande aos dois.

    Joana e Carlitos

    ResponderEliminar